segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Realismo Socialista - Parte VI

8. Camboja: um país reduzido a um gigantesco cemitério.


O tirânico ditador Pol Pot, que governou o Camboja entre 1975 a 1979, na verdade se chamava Saloth Sar, e nasceu membro de uma família rica na Indochina, realizando seus estudos na França. Militante do Partido Comunista Francês, absorveu várias ideologias revolucionárias, entre os quais Lênin e Frantz Fanon, cuja pregação racista e terceiro-mundista contra os europeus e contra as cidades, influenciou muito sua visão política. Sem contar o próprio Jean Paul Sarte, que exaltava a violência anticolonial como forma de redenção e justiça social. Em 1960, fundado o Partido dos Trabalhadores khmer, torna-se seu militante e, posteriormente, seu líder. Em 1966, aproxima-se da linha maoísta de exaltação dos camponeses como classe revolucionária e, com o apoio logístico e militar chinês, arma camponeses analfabetos fanatizados, treinados para obedecer ao chefe e matar sem questionar. A guerra civil explode no país, em 1970, e com o vácuo do poder no país, os comunistas khmers aproveitam da situação para usar sua força militar, ocasião em que a capital do país, Phnom Pem, é tomada em 1975. Ao pregar a visão idealizada de um comunismo rural primitivo e a hostilidade doentia às cidades, Pol Pot manda evacuar toda a capital do país, na época, com 2,5 milhões de pessoas, para os campos e aí que começa a tragédia e o terror. Durante 44 meses, o regime totalitário do Camboja eliminou 2 milhões de pessoas, cerca de 25% da população do país. A população, que em 1975, era de 7,3 milhões de pessoas, foi reduzida, em 1979, a 5,8 milhões. As classes superiores do país são as primeiras a serem chacinadas. Médicos, advogados, profissionais liberais, juízes, tradutores, universitários, escritores, comerciantes, considerados "corrompidos" pela cultural ocidental e inadequados a sociedade do "novo homem" puro socialista, são virtualmente exterminados, junto com suas famílias. A população civil é reduzida à escravidão nos campos da agricultura: escolas e hospitais são fechados e suas salas transformadas em fábricas de tortura e assassinato em massa. O país se torna um gigantesco campo de concentração e extermínio. A coletivização forçada e o controle estatal sobre a remessa de alimentos prejudicaram a produção de comida, levando a população à fome maciça. Somando ao desprezo ideológico a tudo que parecesse diferente, os khmers nutriam um ódio violento dos vietnamitas. Na fronteira do Vietnam, chacinas patrocinadas pelo khmer contra o país vizinho são registradas. Mulheres vietnamitas foram estupradas e tiveram suas vaginas cravadas com baionetas de fuzil. Gestantes tinham suas barrigas abertas e os fetos eram arrancados de seus ventres. Houve casos de mulheres com seios amputados e demais outras atrocidades.

O mundo ocidental tinha esquecido o Camboja e, inclusive, alguns intelectuais apoiavam o regime criminoso de Pol Pot, vide Noam Chomsky, o "maior intelectual do mundo", na visão da esquerda atual. A esquerda ocidental dizia que as denúncias de violações de direitos humanos naquele país era invenção da propaganda norte-americana. Foi preciso que o Vietnã invadisse o país, em 1979, para acabar com a orgias de violência e derrubar o regime de Pol Pot. Foi preciso que um país comunista totalitário acabasse com as os crimes de outro país totalitário. As barbaridades do khmer vermelho foram retratadas em um famoso filme, "Os Gritos do Silêncio".

8.1.Retratos de um pesadelo alucinante.



Soldados do khmer rouge: crianças de 13, 14 e 15 anos de idade, prontas para matar.

1975: Phnom Pem, uma cidade de mais de 2 milhões de pessoas, evacuada pelo khmer rouge.







Vítimas do khmer vermelho: as pessoas eram fotografadas antes de serem torturadas e executadas.



Esta menina provavalmente não sobreviveu. . .


Mutilações.

Vítimas assassinadas com requintes de crueldade. . .

Um prédio, provavelmente um hospital ou uma escola, transformado em câmara de tortura.



Uma vítima carbonizada.

Torturado e Crucificado.


Punição para as crianças.








Milhares de valas comuns no Camboja, em 1979: um país reduzido a ossários. . .

9. Um, dos, três, mil Vietnans. . .


Ho Chi min, ou "tio Ho", como boa parte dos mitos do século XX, é um ícone da esquerda mundial. Todavia, o seu legado, como de muitos ídolos, não pode ser comemorado. Pelo contrário, merece o repúdio de toda a humanidade esclarecida. Che Guevara, o arauto do totalitarismo latino-americano e notório assassino e psicopata, exaltava o exemplo do Vietnã para ser seguido por toda a América Latina: "um, dois, três, mil Vietnãs". Mas que exemplo seria esse? A guerra do Vietnã produziu uma jogada assimétrica midiática na imprensa ocidental: revelavam-se à exaustão os crimes de soldados norte-americanos, muitas vezes ocasionais, enquanto os crimes, bem piores e premeditados dos comunistas, eram minuciosamente suprimidos. A esquerda chique de Paris e Inglaterra, entre os quais, Bertrand Russel e Jean Paul Sartre, criavam fraudulentos tribunais de crimes de guerra dos Eua, enquanto sabiam precisamente que o preço da derrota americana na Indochina seria a expansão soviética e chinesa. Para Ho Chi Min, notório agente do Comintern, a Internacional Comunista patrocinada por Stálin, os pseudo-nacionalismos são meros joguetes da dominação comunista em escala mundial. Nunca houve a chamada "Guerra de libertação nacional" e sim a expansão do imperialismo soviético e chinês pela Ásia e demais outros países do terceiro-mundo. Quando os americanos abandonaram o Vietnã aos caprichos dos comunistas, em 1975, o povo vietnamita foi submetido a uma monstruosa servidão totalitária. O preço da tragédia ultrapassa as estatísticas da guerra: mais de um milhão de vietnamitas mortos. Há quem especule que seja o dobro disso. Os khmers rouges cambojanos não têm nada a dever ao governo da República Popular do Vietnã. Campos de concentração, torturas em massa, métodos de lavagem cerebral (os monges budistas, dissidentes e os cristãos são as vítimas mais visadas), execuções sumárias, e mesmo expurgos internos dentro do Partido, eis a história do movimento comunista no Vietnã. Há casos, inclusive, de lavagem cerebral mediante tortura, aplicados em soldados franceses e norte-americanos na Indochina, levando-os à demência. A propaganda antiamericana no Vietnã ocultou um dos maiores crimes do século XX.

Execuções sumárias de sul-vietnamitas pelos exércitos do Vietnã do Norte. . .



O massacre de Hue, 1968: Os comunistas, na ofensiva do Tet, deixam uma pilha de cadáveres. Em um mês, três mil civis assassinados.






Campo de concentração no Vietnã: os maus tratos e torturas são os métodos para que os prisioneiros aceitem a ideologia dos seus opressores.


Cidadãos vietnamitas arriscam suas vidas para fugir do inferno: tal como os "balseros" cubanos, é a liberdade ou a morte.

Um comentário:

Sociedade Apostolado disse...

Parabéns Conde. Continue trabalhando para mostrar a verdade ao mundo.